quinta-feira, 6 de junho de 2013

Operação Guantánamo: Um exemplo claro de uma quase polícia penal?

Agentes penitenciários, armados e de preto, em busca de foragidos da justiça. Lado a lado com policiais civis e militares, os servidores do sistema prisional foram peça-chave na Operação Guantanamo, uma ação policial incumbida de cumprir 79 mandados de prisão na região de Patos (PB).

Os alvos da operação são presos dos regimes aberto e semiaberto (os chamados “albergados”). Condenados que ainda deveriam cumprir dias e horários recolhidos em unidade prisionais, mas que descumpriam as determinações legais, ajudando a aumentar a já massificada sensação de impunidade. Na madrugada desta quarta-feira (5), a moleza acabou para dezenas deles.

Tudo seria uma operação ‘normal’, não fosse a presença dos agentes penitenciários na missão, fato que nos faz lembrar da conhecida “PEC 308”, proposta que sugere a criação da Polícia Penal no Brasil. Em suma: uma polícia penitenciária destinada a cumprir missões de investigação, busca e apreensão/prisão de criminosos já envolvidos de alguma forma com o sistema prisional.

Preso fugiu? Polícia Penal. Parente de preso suspeito de tráfico ou outra atividade ilícita que envolva o presídio? Polícia Penal. Motins? Rebeliões? Polícia Penal. Treinada e dotada de efetivo e aparelhagem compatível, a Polícia Penal desafogaria as polícias Civil e Militar nas missões que tivessem ligação com o sistema prisional (que são em grande número, diga-se de passagem). Teríamos a Polícia Civil focada no seu trabalho de investigação e a Polícia Militar mais concentrada na função do policiamento ostensivo nas ruas. Melhor para a sociedade.

Tudo dependeria, claro, de mudanças na Constituição Brasileira, por isso a discussão em torno da “PEC 308”, que, para quem não lembra, com 1.095 votos, essa foi a diretriz mais apoiada por representantes de todo o Brasil, na 1ª Conferencia Nacional de Segurança Pública (Conseg), em Brasília, em agosto de 2009. Em outras palavras: o povo quer a Polícia Penal no Brasil.

Enquanto as coisas não se resolvem no papel, na prática o sistema penitenciário da Paraíba vai se entrosando nas ações policiais, sejam elas de cunho investigativo ou ostensivo. Numa rápida pesquisa na internet podemos constatar várias ocorrências policiais recentes de grande vulto que tiveram participação direta e ‘fulminante’ de agentes penitenciários.

Graças a um “novo tempo” na esfera prisional do estado que, embora muitos companheiros não concordem (acham “elogio barato” a governo), está aí para mostrar fatos que embasam argumentos.
Na imagem acima, da TV Cabo Branco, o secretário Wallber Virgolino vestindo a camisa, literalmente, do Sispen. Temos dito: “aproveitemos o momento.”