sábado, 23 de março de 2013

‘Mentalidade criminosa’


Para Matti Joutsen, do Heuni, é possível que o aumento no número de prisioneiros provoque um aumento na violência. “Os prisioneiros são geralmente soltos na sociedade após alguns anos, e se não há tentativas efetivas de reabilitá-los e de prepará-los para a soltura, eles estarão em sua maioria mais propensos a cometer novos crimes”, afirma.
“Afinal de contas, por cortesia do governo, eles acabaram de passar os últimos anos entre um grande número de criminosos, formando novas alianças, aprendendo novas técnicas criminosas, conhecendo novas oportunidades criminais e formando sua ‘mentalidade criminosa’”, argumenta.
Para ele, “quando os criminosos são soltos de volta para as favelas de São Paulo, do Rio de Janeiro ou de qualquer outro lugar sem um trabalho, sem uma casa e com perspectivas muito ruins, é muito provável que adotem novamente um estilo de vida criminoso”, diz.
Joutsen observa que a superlotação e as condições precárias do sistema prisional brasileiro tornam “praticamente impossível” a implementação de qualquer programa de larga escala para promover a ressocialização dos presos.
“Como você ensina uma profissão a uma pessoa, provê educação básica, promove valores básicos e prepara ela para voltar à comunidade em liberdade, pronta para encontrar um emprego, estabelecer uma família, encontrar uma casa e se adequar à sociedade quando o governo já tem restrições em seus gastos e não há aparentemente vontade política de gastar os recursos limitados com os prisioneiros?”, questiona.
Para José de Jesus Filho, da Pastoral Carcerária, falta ao governo um plano para reintegração social dos presos. “No final do ano passado, o governo anunciou um plano de US$ 1,1 bilhão para a construção de 42,5 mil novas vagas em presídios, mas não alocou nem um centavo para a ressocialização dos presos”, critica.
“O que existem são apenas projetos-piloto, sem a dimensão necessária. Não é uma política universal do Estado”, afirma.
Para ele, a função do encarceramento em ressocializar o criminoso está sendo deixada de lado, e as prisões no país “são vistas mais como meio de vingança da sociedade e de isolamento das populações mais marginalizadas”.
O diretor do Depen afirma que o governo brasileiro “reconhece seus problemas e vem se esforçando por uma política criminal correta, que gere segurança para as pessoas e ajude a ressocializar os presos”. “Estamos constantemente em busca de soluções”, afirma.

Maiores populações carcerárias

FONTES: WORLD PRISON BRIEF / MINISTÉRIO DA JUSTIÇA DO BRASIL
PaísNº total de presosPresos por 100 mil habitantesTaxa de ocupação nas prisões
1EUA2.266.832730106%
2China1.640.000121n/d
3Rússia708.30049591%
4Brasil514.582288184%
5Índia372.29630112%
6Irã250.000333294%
7Tailândia244.715349195%
8México238.269206126%
9África do Sul156.659307132%
10Ucrânia151.13733497%

sexta-feira, 15 de março de 2013

Média de assassinatos cresce no Brasil


Em dez anos, o Estatuto do Desarmamento fez com que os brasileiros abrissem mão de mais de meio milhão de armas de fogo. No entanto, isso não significou redução da violência, pelo contrário. Morre mais gente a tiros no Brasil do que em zonas de guerra.
O Brasil tem hoje uma das leis mais restritivas do mundo para se ter ou portar um revólver ou pistola. Mesmo assim, a média de assassinatos por armas de fogo no país vem crescendo.
Em 2003 o Governo Federal instituiu o Estatuto do Desarmamento. De lá para cá, os brasileiros entregaram mais de meio milhão de armas.
Nos oito anos anteriores ao desarmamento, mais de 250 mil pessoas foram assassinadas a tiros. Entre 2003 e 2010 este número ultrapassou os 300 mil. 
No Brasil morrem mais pessoas baleadas do que em grandes conflitos armados no mundo. Em 2010 foram quase 39 mil. Na guerra contra as Farc, uma média de 1.250 pessoas eram assassinadas na Colômbia por ano. E no conflito Israel/Palestina, a média é de 2.358 pessoas. 
Estima-se que as principais fontes de fornecimento de armas no Brasil são o contrabando e os roubos em empresas de segurança.
Fonte: http://www.band.uol.com.br/jornaldaband/conteudo.asp?ID=100000582691

quinta-feira, 14 de março de 2013

quinta-feira, 7 de março de 2013

Rejeitada extensão de porte de arma para peritos criminais


Simone Franco
A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) rejeitou, nesta quarta-feira (6), projeto de lei do Senado (PLS 199/2006) que autorizava a extensão do porte de arma para peritos criminais e de medicina legal e papiloscopistas que atuam nos Institutos de Criminalística, de Identificação e de Medicina Legal. A matéria havia recebido parecer pela aprovação do relator, senador Luiz Henrique (PMDB-SC), e pretendia alterar a Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do Desarmamento), que regula o registro, a posse e a comercialização de armas de fogo e munição no país.
O primeiro senador a se manifestar contra o PLS 199/2006 foi o senador Humberto Costa (PT-PE), autor de um projeto que estendia o porte de arma para os agentes penitenciários. Segundo recordou, a matéria foi aprovada pelo Congresso em 2012 com a ampliação da medida para outras categorias e acabou sendo parcialmente vetada pela presidente Dilma Rousseff.
- Do ponto de vista procedimental, seria mais lógico votar o veto, derrubá-lo e garantir o projeto que já foi amplamente discutido. Caberia a discussão se outras categorias colocadas deveriam ser, de fato, contempladas - argumentou Humberto Costa.
Em seguida, os senadores Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), Eduardo Suplicy (PT-SP) e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) se disseram contrários por considerar uma "temeridade" a sucessiva expansão do porte de arma restringido pelo Estatuto do Desarmamento.
-A arma deve ser de uso privativo das forças de segurança e das Forças Armadas - afirmou Randolfe.
Como os peritos criminais e papiloscopistas costumam trabalhar em companhia de policiais armados, os senadores Ataídes Oliveira (PSDB-TO) e Pedro Taques (PDT-MT) julgaram desnecessária a autorização de porte para estas categorias. O senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) também apresentou reservas ao PLS 199/2011.
Agência Senado
(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

domingo, 3 de março de 2013

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Grupo de Intervenção Rápida (GIR) do Sistema Penitenciário São Paulo


O Grupo de Intervenção Rápida (GIR) é uma força especial que atua nas penitenciárias paulistas.
O grupo foi criado em 2001 pelo então diretor do Centro de Detenção Provisória de Sorocaba, Dr. Márcio Coutinho.

É um grupo formado por integrantes do quadro da Secretaria de Administração Penitenciária do Governo do Estado de São Paulo e que atua nos presídios paulistas. Criado em 2001, no âmbito da SAP, esses servidores são pré-selecionados e passam por treinamentos semelhante aos das polícias da tropa de choque. Tem como função agir em caso de motins, rebeliões ou em apoio aos demais agentes em revistas em presídios.

Este grupo possui equipamentos de proteção balística e de munições não-letais, bombas de efeito moral e armas com bala de borracha, bem como treinamento específico para a ações a que são designados.

O grupo, com a colaboração da Escola de Administração Penitenciária, participou de vários cursos como Entradas Explosivas e Táticas, Combate em Ambiente Fechado e Resgate de Reféns de Alto Risco na TEES Brazil em Curitiba no Estado do Paraná, Gerenciamento de Crises e Negociação na Polícia Militar do Estado de São Paulo - PMESP e Explosivos não convencionais na Indústria de Material Bélico do Brasil - IMBEL.

O GIR também teve atuação importante colaborando com a antiga Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor, FEBEM, com a tarefa de conter a série de rebeliões e fugas de internos na instituição.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Projeto aumenta pena para quem matar agentes da área da segurança publica

Alexandre Leite: medida é uma reação à escalada de violência contra os agentes da segurança.


Tramita na Câmara o Projeto de Lei 4629/12, do deputado Alexandre Leite (DEM-SP), que prevê pena de até 30 anos de reclusão para quem matar agentes públicos da área de segurança, como policiais, agentes penitenciários, oficiais de justiça, bombeiros militares, guardas civis, promotores e juízes.
Atualmente, o crime de homicídio é punido pelo Código Penal com pena de reclusão de 6 a 20 anos.
“Os meios de comunicação têm mostrado a escalada da violência contra os funcionários públicos da segurança. A Nação tornou-se refém dos criminosos, de delinquentes, e o cidadão esconde-se, atemorizado, ameaçado, diminuído”, diz o deputado.
Conforme o projeto, cometer atentado contra qualquer autoridade da segurança pública, bem como contra repartição da área de segurança pública, é um crime punível com reclusão de 4 a 8 anos. Se o atentado resultar em morte de agente público, a pena passa a ser de reclusão de 15 a 30 anos.
Na mesma pena incorre quem cometer atentado contra o cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau de agente de segurança pública.
Tramitação
O projeto tramita em conjunto com o PL 3131/08, que será analisado pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) e pelo Plenário.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Depen: Em abril, 138 vagas para agente penitenciário federal; vencimentos de R$4.796


Dos concursos federais programados para este ano na área de segurança pública, o primeiro a ser realizado será o do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), para o qual o Ministério do Planejamento liberou 138 vagas. O órgão já informou que deverá divulgar o edital em meados de abril (o prazo oficial vai até maio). Das oportunidades esperadas para o setor, essa será a única com vagas para quem possui o ensino médio completo. Serão oferecidas 100 chances para agente penitenciário federal, com ganhos iniciais de R$4.932,09 mensais (incluindo o auxílio-alimentação, de R$373). Além da escolaridade mínima, o cargo tem como requisito a carteira de habilitação, na categoria B em diante.

Quem tem interesse em participar deve começar a se preparar o quanto antes. Segundo o departamento, as provas deverão ser realizadas no mês e junho, restando, portanto, apenas quatro meses para os futuros candidatos se dedicarem aos estudos. O Depen afirmou que, em princípio, o programa da última seleção será mantido, o que possibilita planejar bem os estudos, mesmo antes da divulgação do edital. O órgão já adiantou que nesta nova oportunidade os candidatos passarão também por prova de redação. Ampliando o aspecto democrático da seleção, as provas do concurso serão aplicadas em todas as capitais. Além das escritas, os candidatos passarão por exames de aptidão física e de aptidão psicológica, além de investigação para verificação dos antecedentes pessoais e curso de formação.

A meta do Depen é nomear os concursados até o início de 2014. A lotação poderá ocorrer em uma das quatro penitenciárias federais (Mossoró/RN, Catanduvas/PR, Porto Velho/RO e Campo Grande/MS) e na unidade central do departamento, em Brasília. A distribuição das vagas só será definida após o curso de formação.

Assistência: até R$4.796 mensais

O concurso do Depen também contará com vagas na área de assistência penitenciária. Das 38 restantes, quatro são para técnico de apoio, de nível médio/técnico, e 34 para especialista, de nível superior, ambos para atuar no auxílio à população carcerária. As remunerações iniciais oferecidas são de R$3.369,03 para técnico e de R$4.796,65 para especialista. Aos valores já estão acrescidos dos R$373 do auxílio-alimentação. O departamento ainda não informou para quais áreas de formação serão as vagas desses cargos. A estrutura da seleção será a mesma de agente penitenciário, o que inclui provas em junho, em todas as capitais. E em todos os casos, as contratação será pelo regime estatutário, que proporciona estabilidade aos servidores. Assim como no caso de agente penitenciário, a lotação dos concursados será definida após o curso de formação, mas por decisão da Justiça, pelo menos duas vagas de especialista, nas especialidades Clínica Médica e Psiquiatria, deverão ser destinadas à penitenciária federal de Porto Velho.
Folha Dirigida 

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Deputados articulam derrubada de vetos polêmicos de Dilma


Royalties, Código Florestal, fator previdenciário e Emenda 29 estão na mira. Oposição defende votação sumária dos outros vetos feitos pelo Executivo.


Deputados da oposição e da bancada ruralista articulam derrubar em fevereiro vetos presidenciais a pelo menos quatro projetos de lei que confrontaram Executivo e Legislativo durante sua discussão no Congresso.
Em dezembro, em meio à pressão dos parlamentares para votar vetos recentes da presidenteDilma Rousseff à nova lei que redistribui os royalties do petróleo, o ministro Luiz Fux, doSupremo Tribunal Federal, determinou que o Congresso vote antes, em ordem cronológica, mais de 3 mil vetos anteriores, que estão parados na fila.
A intenção dos parlamentares é aproveitar não só para reverter a polêmica decisão sobre os royalties. Na mira, estão também vetos relativos ao fim do fator previdenciário, à recomposição de áreas verdes determinadas pelo Código Florestal e ao investimento na saúde, previsto na regulamentação da Emenda 29.
O deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO), que integra a bancada ruralista da Câmara, afirmou que articula aprovar a maioria dos 3 mil vetos de forma sumária, e deixar os quatro projetos polêmicos para votação à parte.
"Primeiro, vamos votar os mais polêmicos e depois, o restante, de forma global. Esse é o entendimento que vamos tentar implementar. Foram matérias aprovadas no Congresso, nas duas Casas. Se elas foram vetadas, isso não condiz com aquilo que o Congresso Nacional debateu durante tanto tempo", afirmou Caiado.
O líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), defende a votação em ordem cronológica dos vetos. Para o tucano, vetos a dispositivos que não geram polêmica devem ser aprovados de forma sumária, sem discursos e debates. Ele disse que o partido também vai defender a derrubada dos vetos aos quatro projetos citados por Caiado.
"Acho que devemos ir pela ordem e, quando chegar a vetos importantes, eles serão considerados e discutidos. Chamaremos a atenção para a presença deles na listagem. Acho que vale cumprir o rito e estabelecer um cronograma. Esses vetos referentes a fator previdenciário, Emenda 29, e royalties são vetos que o partido vai votar pela derrubada", disse.
O líder do PT na Câmara, deputado José Guimarães (CE), é contra derrubar os vetos presidenciais. Segundo ele, restaurar as propostas aprovadas pelo Congresso poderá prejudicar o país economicamente.
"Tem vetos polêmicos que o governo e o PT vão fazer um acordo para não derrubar. Tem veto ao Código Florestal, à regulamentação da Emenda 29, ao fim do fator previdenciário, e esses temas têm que ser discutidos com responsabilidade. Votar sem a devida atenção e cuidado pode quebrar o país", afirmou.
 petista  também criticou a proposta de votar de forma sumária os vetos que não geram polêmica. Para ele, cada um dos mais de 3.060 vetos deve ser apreciado com cautela e discussão.
"Não podemos fazer uma votação de faz de conta, mas sim uma discussão de cada veto. Não podemos votar tudo em dez minutos. Se for preciso, que demore bastante [para limpar a pauta]. Tem veto aí do governo anterior. Vamos construir uma agenda de terça a quinta. O Congresso não pode se esquivar de sua função constitucional", disse.
O deputado Paulo Teixeira (PT-SP) também se posicionou contra apreciar de uma só vez a maioria dos vetos e votar em separado os quatro projetos polêmicos. "Acho difícil acordo nessas bases. O mar não está para peixe. Você pode acabar judicializando, então é melhor não mexer com isso, não alterar o rito. A ordem é votar em ordem cronológica, então é melhor seguir."
Entenda os vetos polêmicos

O principal veto ao projeto dos royalties e que parcela dos parlamentares pretende derrubar é o que impede que a nova divisão dos recursos do petróleo seja aplicada a contratos já firmados em áreas licitadas. A proposta vetada reduzia já em 2013 os recursos repassados a Rio de Janeiro e Espírito Santo em favor de estados e municípios não produtores.

Com relação ao Código Florestal, a bancada ruralista pretende restabelecer dispositivo vetado que flexibilizava a recomposição florestal exigida de produtores rurais de médio porte. Na sanção, Dilma vetou trecho que previa reflorestamento em faixas mais estreitas em margens de rio desmatadas e editou medida provisória exigindo recomposição proporcional à largura do rio.
O outro veto que pode ser derrubado pelo Congresso é o que diz respeito à Emenda 29, projeto que definiu percentuais obrigatórios de recursos da União, estados e municípios para o setor da saúde.
Dilma vetou trecho do artigo que dizia que o governo federal deveria investir o montante do ano anterior acrescido da variação percentual do Produto Interno Bruto (PIB), que mede o crescimento da economia. O veto presidencial impede que uma eventual revisão para cima nesse percentual obrigue o governo a aplicar créditos adicionais para ajustar o valor.
O quarto veto que os deputados pretendem derrubar é o que impediu o fim do fator previdenciário. O projeto vetado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva acabava com a fórmula criada em 1999, que leva em consideração a idade, o tempo de contribuição e a expectativa de vida do brasileiro para o cálculo do valor da aposentadoria.
O instrumento visa reduzir o valor do benefício de quem se aposenta por tempo de contribuição antes de atingir 65 anos, no caso de homens, ou 60, no caso das mulheres.
Fonte: Do G1, em Brasília, 16/01/2013 06h00 - Atualizado em 16/01/2013 09h33, Nathalia Passarinho