segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Realidade dos agentes penitenciários é tema de filme

Cuidar de presos, enfrentar plantões, impor respeito sem humilhar. O que para os mais de 13.000 agentes penitenciários de Minas Gerais é uma rotina virou roteiro de filme. O documentário “Sobre A Gente”, que teve a pré-estreia na última segunda-feira (29.11) no Palácio das Artes, conta histórias de profissionais que trabalham em unidades prisionais de Belo Horizonte e Região Metropolitana. O filme faz parte do projeto “Batendo a tranca”, desenvolvido no curso de Gestão em Segurança Pública do Centro Universitário de Belo Horizonte (Uni-BH), do qual grande parte dos alunos são agentes de segurança penitenciária. 

Durante quase três semanas, os produtores visitaram seis unidades prisionais e o Comando de Operações Especiais (Cope), gravando depoimentos de agentes penitenciários e socioeducativos que contaram seu dia-a-dia no trabalho, as alegrias e dificuldades. O filme acabou se transformando em uma grande lição de vida. “A gente viu o lado poético, mas é uma profissão muito dura. Eles lidam com pessoas que a maior parte da sociedade não se importa e quer ver distante. Muito mais do que fazer o filme, foi um aprendizado de vida”, afirma o diretor do documentário, Guilherme Penido. Ele conta que, inicialmente, seria produzido um curta-metragem. No entanto, o material era tão bom que o resultado foi um longa de quase uma hora e quinze minutos. 
 
Pelos depoimentos dos agentes penitenciários, percebe-se as mudanças do sistema prisional ao longo dos anos. Se antes a atividade era realizada de forma amadora, agora investe-se na capacitação desses profissionais, cuja missão vai além de tomar conta dos presos. No filme fica claro que eles têm consciência da importância de seu trabalho para a ressocialização dos detentos e para fazer com que eles saiam das unidades prisionais melhores do que entraram. 

De acordo com a gerente da Comissão de Monitoramento da Violência em Eventos Esportivos e Culturais (Comoveec) da Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) e coordenadora do curso do Uni-BH, Sheila Venâncio, a ideia do documentário era valorizar a profissão e as trajetórias de vida dos agentes penitenciários. “A gente escreve muito sobre o preso, mas não valoriza esses personagens que tomam conta deles”, diz. Ela explica que o longa é um dos produtos do projeto “Batendo a Tranca”, mas que também já foi feito o Observatório de Segurança Prisional e será lançado um livro sobre a prática profissionais dos agentes penitenciários. 

Fonte: SEDS (Secretária de Estado de Defesa Social)

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