Uma operação prendeu 35 policiais civis e militares que teriam se envolvidos com criminosos e milicianos. O subsecretário de Ordem Pública foi exonerado do cargo.
Homens que aparecem em fotos deveriam dar exemplo de conduta e respeito às leis. São pagos para proteger os cidadãos. Mas são policiais civis e militares que foram presos hoje, acusados de ajudar a fortalecer grupos de traficantes, milicianos, contraventores, e darem proteção a bandidos em troca de propina.
A caça à chamada banda podre da polícia começou no início da manhã. Quase 600 policiais-- a maior parte agentes federais-- se espalharam para cumprir 45 mandados de prisão.
A favela Roquete Pinto, às margens da Baía da Guanabara, dominada por uma milícia, foi cercada. Casa a casa, as equipes vasculharam tudo, na busca pelos esconderijos de armas e drogas.
Embarcações que estavam na Baía de Guanabara, foram vistoriadas. Mergulhadores participaram dos trabalhos. Até escavadeiras foram usadas na busca de corpos, armas e drogas.
Os investigadores entraram em duas delegacias e fizeram mais buscas atrás de provas contra os policiais suspeitos de envolvimento nos esquemas criminosos.
Uma delegada e um inspetor foram levados para a sede da Polícia Federal. De acordo com as investigações, um dos principais envolvidos no esquema era o delegado Carlos Oliveira - que foi subchefe de operações da Polícia Civil. Na secretaria de Segurança, ele era responsável justamente pelas operações contra milícias e traficantes.
Desde janeiro, Carlos Oliveira estava cedido à prefeitura do Rio como subsecretário de ordem pública. Depois das denúncias, ele foi exonerado. No fim da tarde o delegado se entregou à Polícia Federal. As provas contra os policiais levaram o chefe da Polícia Civil a ser chamado à Polícia Federal para prestar esclarecimentos.
"O que gostariam de saber é como se procede determinadas mudanças, como se faz determinadas mudanças administrativas pra saber se o processo era legitimo efetuado pelas pessoas presas ou não", diz Alan Turnoswisky.
Numa gravação telefônica, autorizada pela justiça, um policial conversa com uma informante sobre o destino dos bens encontrados nas casas de traficantes no Complexo do Alemão-- ocupado pelas tropas de segurança em novembro.
"Polícia nenhuma do mundo vai virar uma página enquanto tiver nos seus cargos esse tipo de gente. E polícia nenhuma do mundo que tinha problemas não ressurgiu dos problemas sem fazer esse tipo de serviço", declara o secretário de Segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame.
Nenhum comentário:
Postar um comentário