quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Sindicância culpa dois agentes penitenciários

Segundo a Sesp, eles teriam facilitado o início da rebelião na PCE, no mês passado 
Dois agentes penitenciários foram presos, ontem, acusados de facilitar a rebelião na Penitenciária Central do Estado (PCE), em Piraquara, no dia 14 de janeiro. O motim durou dois dias e resultou na morte de sete detentos — a última confirmada ontem. Porém, o Sindicato dos Agentes Penitenciários (Sindarspen) informou que os dois trabalhadores não devem continuar presos por muito tempo.

“O processo ainda não está finalizado, vamos pedir o relaxamento da prisão e eles vão voltar para casa. Como uma investigação sobre um caso tão grave em apenas dez dias apresenta culpados? Porque é prematura a decisão”, analisa o vice-presidente da entidade, José Aparecido Neves.
O próprio governador do Paraná, Roberto Requião, foi quem solicitou a condução das investigações pelo Centro de Operações Policiais Especiais (Cope).

A única concordância que há entre o discurso do governador e o que afirma o vice-presidente do Sindarspen é sobre a anomalia da rebelião. “É óbvio que é anômala esta situação dentro do sistema prisional. Mas neste caso aconteceu por causa da falta de manutenção da penitenciária”, afirma Neves".
Para ele, a prisão dos dois agentes penitenciários foi uma resposta do governo à sociedade, que queria culpados do motim. “Estamos sendo acusados unilateralmente, não haveria a necessidade da prisão. Só queremos uma investigação parcial. Se os agentes são investigados, por que não são o secretário de Segurança Pública ou o secretário da Justiça?”, questiona Neves. “Aliás, a verdadeira questão que ainda está no ar e não teve resposta é o porquê foram tirados os policiais militares da PCE ”, acrescenta.

De acordo com o secretário da Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, já está provada a culpa dos agentes. “Isso está amplamente comprovado pela investigação e por diversas testemunhas, sejam agentes, sejam presos. O que é fato, é concreto, é indiscutível, é que está comprovado que a rebelião foi causada pela mistura de presos de facções rivais. Todos serão indiciados por homicídio”, disse.

O vice-presidente do Sindarspen discorda do secretário e afirma que o governo acaba acusando a si mesmo com essas declarações. “Quem ele acusa não é o sindicalista, são as pessoas que o próprio governador nomeou. O cargo de diretor dos presídios é comissionado e quem determina as transferências é ele, não o agente que abre a cela e faz o remanejamento”, rebate Neves.

Fonte: Jornal Bemparaná

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